O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (15) que seja iniciado o processo de extradição do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foragido nos Estados Unidos após deixar o Brasil em setembro.
Condenado a 16 anos de prisão no processo da trama golpista, Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e estava impedido judicialmente de sair do país.
Segundo a decisão, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) deve formalizar o pedido de extradição, após o envio da documentação e tradução dos autos.
Após a fuga, a Câmara dos Deputados afirmou que não foi informada sobre o deslocamento do parlamentar nem autorizou viagem oficial. O STF também determinou que a Casa declare a perda do mandato, o que ainda não ocorreu.
Ramagem tem ligação com Roraima, onde atuou como delegado da Polícia Federal antes de ingressar na política.
Apoio e fuga
Investigação da Polícia Federal identificou um grupo suspeito de ajudar Alexandre Ramagem (PL-RJ) a deixar o Brasil pela fronteira com a Guiana, passando por Roraima. Segundo a apuração, o parlamentar saiu do país sem passar pelos controles migratórios oficiais.
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Ramagem contou com o auxílio de terceiros para realizar o trajeto. Entre os investigados está Celso Rodrigo de Mello, preso no sábado (13). Ele é filho do garimpeiro Rodrigo Martins de Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, que atua em Roraima.
A investigação aponta que Ramagem percorreu de carro o trajeto entre Boa Vista e Georgetown, capital da Guiana, viagem estimada em cerca de 13 horas. Já no país vizinho, ele teria utilizado passaporte diplomático para embarcar em um voo com destino aos Estados Unidos.
