A estrutura pública do Estado de Roraima teria sido usada como instrumento para legalizar grilagem de terras, segundo denúncia apresentada nesta terça-feira (16) pelo Ministério Público de Contas (MPC-RR). A ex-presidente do Iteraima Dilma Costa e o fazendeiro Ermilo Paludo são acusados de liderar o esquema que teria causado prejuízo de R$ 25,5 milhões ao patrimônio público.

O esquema funcionava por meio da concessão irregular de títulos de terra na Gleba Ereu, em Amajari. Segundo o MPC, servidores públicos facilitaram os trâmites, enquanto o núcleo familiar de Paludo buscava concentrar terras em nomes de parentes e associados. O advogado Jairo Mesquita de Lima atuava como elo jurídico, repetindo documentos e declarações em diferentes processos.

O caso se insere no contexto das investigações da CPI das Terras da Assembleia Legislativa, que divulgou um relatório preliminar nesta segunda-feira (15). O documento recomenda o indiciamento de 16 pessoas — entre elas Dilma Lindalva Pereira da Costa — por fraudes fundiárias e crimes como falsidade ideológica, invasão e destruição de propriedades.

O MPC pediu ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR) o afastamento de servidores, suspensão de processos e o bloqueio dos bens dos envolvidos, além do encaminhamento do caso para apuração criminal.