A deputada federal Helena Lima (MDB-RR), conhecida como Helena da Asatur, foi considerada inelegível por oito anos após decisão da Justiça Eleitoral divulgada nesta terça-feira (18). A sentença aponta que ela financiou um esquema de compra de votos nas eleições de 2024 para beneficiar o vereador Adriano Costa (MDB), no município de São João da Baliza, região sul de Roraima.
O Ministério Público Eleitoral sustentou que Helena fornecia o dinheiro usado no esquema, enquanto Adriano, marido da prima da deputada, era o candidato favorecido.
Em sua decisão, a juíza Rafaella Holanda Silveira, da 4ª Zona Eleitoral de São Luiz, explicou que eleitores eram registrados em listas e aliciados com valores em dinheiro e passagens de ônibus.
“A coordenação passou a se apropriar dessas listas para aliciar votos”, registrou a magistrada.
A Asatur, empresa ligada à família da deputada, fornecia passagens para transportar eleitores de Manaus até São João da Baliza. Segundo a decisão, foram entregues quantias entre R$ 400 e R$ 700, além da identificação de uma lista com cerca de 130 beneficiados.
“Há indícios de grande circulação de dinheiro no município”, diz a sentença.
A juíza também apontou o uso de caixa dois. Pagamentos em espécie e transferências via Pix não apareceram na prestação de contas da campanha.
“O abuso de poder econômico é evidente pelo uso de recursos não declarados”, afirmou.
O vereador Adriano Costa teve o diploma cassado. Davilmar Lima Soares e Dorgileia Lima Sousa, mulher e cunhada do vereador, foram igualmente declaradas inelegíveis por oito anos. Ainda há possibilidade de recurso.
A assessoria de Helena Lima informou que a defesa não foi notificada oficialmente e vai recorrer.
