Um estudo desenvolvido na Universidade Federal de Roraima (UFRR) revelou mais de 100 pegadas fossilizadas de dinossauros preservadas em rochas da bacia do rio Tacutu, em Bonfim, norte do Estado. As marcas, datadas entre 103 e 127 milhões de anos, foram deixadas em um ambiente que na época era coberto por lama e areia, propício à fossilização.
A pesquisa é conduzida por professores e alunos da UFRR e busca compreender o comportamento e a diversidade dos dinossauros que viveram na região.
“Já fizemos mais de 80 coletas e temos pelo menos uma pegada em cada uma delas”, explicou o pesquisador Lucas Barros, mestre em Ciências Biológicas.
O estudo faz uso de fotogrametria para criar modelos tridimensionais das pegadas, permitindo análises detalhadas sobre forma, profundidade e padrão de deslocamento dos animais. A comparação com registros científicos internacionais apontou a presença de dinossauros herbívoros e carnívoros, alguns de grande porte, como os saurópodes e terópodes.
Os pesquisadores também encontraram evidências de comportamento coletivo, com pegadas agrupadas que podem indicar deslocamentos em manadas.
O trabalho, que recebeu apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da UFRR, foi submetido à revista científica Cretaceous Research e é considerado um marco para a paleontologia na Amazônia.
