O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) adiou o julgamento marcado para esta terça-feira (21), que poderia resultar no afastamento do presidente da entidade em Roraima, Ednaldo Gomes Vidal. Ele é acusado de atuar como servidor fantasma na Paraíba enquanto exercia a advocacia em Roraima.
Vidal foi indiciado em agosto de 2024 pela Polícia Civil da Paraíba por falsidade ideológica e peculato, após investigações que apontam o recebimento irregular de salários da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB) por quase 40 anos, mesmo residindo em Boa Vista.
O Conselho Federal da OAB também adiou o julgamento de quatro processos eleitorais contra Vidal, que questionam a legalidade da chapa que o elegeu em 2024.
O julgamento foi suspenso após um pedido da defesa, que alegou não ter tempo para analisar uma petição com aproximadamente 250 páginas.
Os processos adiados para 12 de novembro tratam de irregularidades na chapa, incluindo a ausência do tempo mínimo exigido de atuação na advocacia, problemas na paridade de gênero, candidatos ocupando cargos públicos comissionados e participação de uma candidata em lista sêxtupla do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR).
O inquérito da Polícia Civil paraibana aponta que Vidal recebeu 352 salários sem trabalhar, somando mais de R$ 500 mil pagos irregularmente. O esquema envolvia diretores e servidores da unidade prisional onde ele estava lotado.
Vidal nega as acusações e afirma que o caso tem motivação política. Ele está no comando da OAB-RR desde 2019 e foi reeleito em 2024.