A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras, instalada na Assembleia Legislativa (ALERR) em fevereiro de 2025, transformou o engenheiro Jhonatan da Silva Tomáz, servidor do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), em investigado durante sessão nesta quinta-feira (4), após denúncias envolvendo a Gleba Equador, em Rorainópolis.
Segundo a denúncia da Associação dos Agricultores do Projeto de Assentamento Ajarani, Jhonatan e o servidor Janderson Lúcio cobraram por serviços de georreferenciamento, com uso do nome do órgão estadual. O caso ocorreu na vicinal Zé Valdo. A associação afirma que houve oferta direta dos técnicos e negociação de valores, contrariando normas do serviço público.
Durante o depoimento, Jhonatan forneceu informações conflitantes: primeiro disse não ter ido ao local, depois confirmou vistoria. Ele afirmou ter apenas apresentado nomes de técnicos credenciados e negou ter recebido qualquer pagamento.
Além da denúncia específica, o relator da CPI, deputado Renato Silva (Podemos), destacou documentos que indicam sociedade informal e favorecimento a processos relacionados a Gabriel Prestes, filho do governador Antônio Denarium (Progressistas). Com base nas informações, o parlamentar solicitou que Jhonatan fosse indiciado pela comissão.
Sobre a CPI
Instaurada em 20 de fevereiro, por meio do Ato da Presidência nº 003/2025, a CPI da Grilagem de Terras apura a atuação de uma possível organização criminosa responsável pela ocupação irregular de terras públicas em áreas urbanas e rurais do Estado. Estão entre os focos de investigação as glebas Baliza, Equador, Ereu, Cauamé e PDA Anauá.
Em pouco mais de seis meses de trabalhos, a comissão já realizou diversas oitivas, colheu depoimentos e apurou denúncias envolvendo grilagem, ameaças, agressões e danos contra pequenos produtores.