O uso de clubes de futebol como espaço de divulgação pessoal por parte da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) ganha nova relevância após a operação da Polícia Federal que a colocou no centro de investigações por compra de votos. A exposição de seu nome em camisas de clubes patrocinados por empresas da própria família reacende questionamentos sobre os limites entre patrocínio institucional e promoção política.
Durante o Campeonato Roraimense de 2024, o GAS e o Atlético Roraima estamparam “Helena Deputada Federal” em seus uniformes e redes sociais. O patrocínio foi viabilizado por meio da Asatur e da Voare, empresas ligadas à deputada e ao seu marido, Renildo Lima.
Especialistas em direito eleitoral avaliam que o caso pode caracterizar infração.
“Há uma diferença nítida entre promover um projeto institucional e utilizar recursos para associar a imagem de um político a uma atividade pública. Isso pode configurar abuso de poder econômico”, afirma o advogado Guilherme Barcelos.
A deputada alega que a homenagem reflete seu papel como apoiadora dos clubes. Entretanto, a substituição do nome de Helena por outros agentes políticos nos uniformes, como Daniel Trindade e Neto Loureiro, indica que a prática se estende a outros nomes da política local.
O apoio ao futebol roraimense levou Helena a ser homenageada pela federação estadual, presidida por Zeca Xaud. Seu filho, Samir Xaud, é o atual presidente da CBF e um dos alvos da operação da PF. A deputada é vice-presidente da Comissão do Esporte da Câmara.
Com informações de O Globo