Empresas brasileiras foram surpreendidas com a cobrança de tarifas na Venezuela, mesmo com a existência de acordos bilaterais que garantem isenção fiscal. A medida afeta diretamente as exportações via Roraima, que responde por quase metade das vendas brasileiras ao país vizinho.
Segundo a Federação das Indústrias de Roraima (Fier), o problema começou a ser notado em 18 de julho, quando empresários relataram que os produtos estavam sendo tributados na entrada do país, apesar de cumprirem os requisitos do Acordo de Complementação Econômica nº 69 (ACE 69).
De acordo com Ivan Gonzalo, analista de comércio exterior da Fier, não há clareza sobre os motivos da mudança.
“Aparentemente, não houve qualquer norma publicada nem aviso formal por parte do governo venezuelano. Pode ter sido um erro operacional, mas ainda não sabemos.”
O governo brasileiro, por meio da Embaixada em Caracas, investiga o caso. Já o governo de Roraima emitiu nota demonstrando preocupação com o impacto sobre os empresários locais, a arrecadação estadual e o emprego.
A suspensão de pedidos por parte dos importadores venezuelanos já afeta a atividade econômica. Em 2024, a Venezuela respondeu por 46,1% das exportações de Roraima.