Uiramutã, município no extremo norte de Roraima e reconhecido como o mais indígena do Brasil, tem cerca de 95% da população formada por povos originários. Para preservar a memória e o conhecimento tradicional dessas comunidades, o projeto Omunga no Monte Roraima vem promovendo ações culturais e educativas voltadas à valorização da identidade.
A proposta surgiu após pedidos das próprias comunidades Macuxi, Ingaricó e Patamona, que manifestaram preocupação com o desaparecimento de saberes ancestrais.
“O projeto foi desenhado com foco no registro de memórias, transformando professores e alunos em autores e guardiões de suas próprias histórias”, afirma Roberto Pascoal, presidente do Instituto Omunga.
Entre as ações estão oficinas de formação, cursos on-line, documentários e distribuição de livros de autoria indígena. Nas atividades presenciais, são trabalhados temas como leitura, registro de histórias, mapeamento cultural e relação com o meio ambiente.
A iniciativa foi viabilizada com recursos captados pela Lei Rouanet e já recebeu mais de R$ 1,25 milhão em apoio. Até agora, o instituto beneficiou mais de 16 mil crianças e 1,3 mil professores, distribuindo 18 mil livros e promovendo centenas de horas de atividades educativas.
Segundo Pascoal, o objetivo é fortalecer o sentimento de pertencimento e garantir que o conhecimento ancestral continue sendo transmitido.
“Queremos honrar o sentido de chegar mais longe em quilômetros e mais fundo em humanidade”, conclui.
Com informações de Manuela de Moura/Metrópoles
