Com quase metade dos processos de não persecução penal ligados a crimes de trânsito, o Ministério Público de Roraima (MPRR) lançou nesta semana o projeto “Restaurando Condutores”, que prevê ações educativas para motoristas infratores como parte de medidas legais alternativas.
Segundo o MPRR, 42,27% dos acordos entre 2023 e 2025 envolveram esse tipo de crime. Agora, os condutores que aderirem aos acordos terão de participar de palestras educativas obrigatórias, com previsão de início em dezembro.
O promotor de Justiça Sílvio Abbade, idealizador do projeto, disse que a meta é reduzir a reincidência.
“A educação não elimina a punição, mas amplia o impacto da resposta ao crime. É uma forma de provocar reflexão em quem muitas vezes volta a cometer infrações”, afirmou.
Segundo o diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Luciano Coutinho, o volume de vítimas é elevado e constante.
“Atendemos até 400 acidentes por mês. Cerca de 75% vão parar no HGR [Hospital Geral de Roraima]. E muitos já são reincidentes. Isso mostra a gravidade do problema e a necessidade de novas estratégias de enfrentamento”, disse.
Assinaram o termo de adesão o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RR), a Polícia Rodoviária Federal (PRF-RR), a Polícia Civil (PCRR), por meio da Delegacia de Acidente de Trânsito (DAT), a Polícia Militar (PMRR), a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Boa Vista (Semob) e o Samu.
