Uma pesquisa espanhola da Universitadade Rovira e Virgili (URV) e do Instituto Pere Virgili Institut (IISPV), aponta que pessoas tratadas com Estatinas têm o risco de morte reduzido em até 25% quando infectadas pelo Coronavírus.
Os resultados da pesquisa foram publicados no último dia 2 de novembro no European Heart Journal – Cardiovascular Pharmacotherapy.
Primordialmente, as estatinas são remédios usados para reduzir o colesterol do sangue e quando usadas no tratamento da Covid-19, se mostraram altamente eficazes.
Para o estudo, os especialistas colheram dados de 2.159 pacientes com Covid de 19 hospitais na Catalunha entre março e maio de 2020.
Em princípio, foram avaliadas 100 variáveis clínicas por paciente, como idade, sexo, doenças prévias, níveis de colesterol, evolução do vírus, tratamentos utilizados e assim por diante.
Depois, os cientistas compararam as taxas de mortalidade de pacientes tratados com estatinas com os índices de mortalidade entre aqueles que não utilizavam o medicamento.
“Na nossa comparação, ajustamos os grupos para que fossem comparáveis em termos de idade, sexo e existência de doenças anteriores”, explicou o pesquisador e coordenador do estudo Lluís Masana.
Percentual de mortes
O percentual de pacientes que morreram de Covid-19 no grupo não tratado com estatinas foi de 25% enquanto os óbitos de usuários do remédio foi de 19,8%, significando, assim, uma redução de 22%.
“Em primeiro lugas, as informações indicam que o tratamento com estatinas previne uma em cada cinco mortes. Além disso, se o tratamento com esse medicamento continuar durante a hospitalização, a mortalidade cai até 25%, evitando assim uma em cada quatro mortes”, destacou o pesquisador.
Da mesma forma, o estudo concluiu que um dos desdobramentos indiretos da pandemia é que algumas pessoas pararam de tomar medidas preventivas destinadas a combater doenças crônicas, como o uso de estatinas nos casos de quem tem o colesterol acima dos níveis normais.
“Eventualmente, alguns profissionais de saúde aconselharam a retirada de medicamentos por acreditarem que eles podem piorar os efeitos da Covid-19. No caso das estatinas, demonstramos que o medo da pandemia nunca deve servir de pretexto para suspender o tratamento”, disse o cientista.